quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Canto ao Mar

Meu canto hoje é sobre o mar
Ê...ê... Sobre o mar
Eu vou cantar... Ê...ê...
Sobre o mar

E água de coco eu vou tomar... laiá
Olhando o mar
Ê...ê... Eu vou cantar

E os meninos que vem "pras" águas
Com alegria mergulhar
No canto do mar
De águas ontem turvas
Hoje verde azuis do meio "pra" lá
Como meu olhar
As ondas que vem e vão
Encantam e medo dão
De mergulhar e não voltar

Por isso meu canto hoje é sobre o mar
Ê...ê... Sobre o mar
Eu vou cantar... Ê...ê...
Sobre o mar

Ondas que chamam
E brincam com meu olhar
E a vontade de estar lá
Juntinho ao mar
Corpo e alma mergulhar
Mas lá vem ela vistosa
E ao mesmo tempo eu temerosa
A onda que me quer abraçar
E eu já sorrio para ela
Pois ela já brinca com meu olhar
Toca minhas pernas, dorso, e voltar ao mar

Por isso meu canto hoje é sobre o mar
Ê...ê... Sobre o mar
Eu vou cantar... Ê...ê...
Sobre o mar

Sei meu caminho único
Sob esse sol que aquece corpo
E alma acalanta
Mas bem espero quem a meu lado possa estar
Na imensidão sem abalar
Homem menino em companhia a bailar
Nas ondas que vêm e vão
Ondas do mar
E sem medo me entregar
Na certeza de voltar
Já me despeço sem pesar
Pois amo a terra e sonho com o mar


Prema

25 de outubro de 2012

Motivo da dó

Simplicidade de um povo
Com quem aprendi ainda menina
O motivo da luta
Labuta por um mundo melhor

Nem me fale em ser piegas
Que isso não existe na fome
De comida, atenção, educação
Necessidade real em um mundo ilusão

Ô dó!
Expressão sentida
Tão simples... Tão querida
O querer algo melhor

Olhares tristes
De quem tem mesmo dó
Mas que não resistem a dar o sorriso
Que vem e acolhe só

Como gosto desse povo simples
Que me ensinou a labuta por um mundo melhor
Idéias de meu pai, exemplo primeiro
Força de minha mãe - tudo prático, ligeiro

E assim floresceu respeito
Pela origem
Por essa gente
Imperfeita, perfeita
Que agora revejo


Gente não santa
Gente como eu
Apenas painho que acalanta
Filhinhos queridos
Ou senhora mineira que vende
E fala de São Benedito

Apenas jovens morenos
Miscigenação sem par
Sorrisos belos
Em curiosidade a pulsar
Pela vida a levar

Tão sentida a dó que eles têm
Que também por um momento tenho dó
Não dos olhares tristes
Preenchidos de história sentida
Que em esperança se renova
Mas quando em ilusão se demoram
Os olhares perdidos
Alheios ao redor
Sem sentido nem dó


Prema

24 de outubro de 2012

domingo, 14 de outubro de 2012

Contradição

Se, tenho contradição?
Sim e não.
Tudo depende do que se pensa que é
Ou de como e quando se vê
Se aparente ou profunda
Se presente, passada ou futura

As mãos que escrevem hoje
Já não são as mesmas de ontem
Estão mais marcadas e profundas
E ao mesmo tempo leves como plumas

As palavras de agora como antes
Buscam servir
Porém, um pouco mais conscientes de si
Entre lua, sol, terra e mar
Sons em busca da canção a equilibrar

Contradição?
Aparente separação do que se quer integrar:
Silêncio e palavras que confortam
Explosão que cria e paciência recria
Olhar que transborda carinho
Das mãos que querem afagar
Mergulho fundo em águas claras
Inspiração do céu e da terra onde se deve andar
Belas flores no jardim
Matizes diferentes da cor que se quer alcançar
Folhas que caem ou ficam
Histórias que passam ou amores que edificam

Prema
13 de outubro de 2012

domingo, 7 de outubro de 2012

Segredo de Golias (Diógenes)

Para eles: O gigante!
hábil guerreiro em qualquer instante.
se apronta, uma batalha se aproxima...
peito contraído,  rosto erguido, olhar distante.
cicatrizes confirmam quem esteve por cima
...soa o bufar de uma ira, gigante.

 Seria ele um palhaço?
Exposto  a diversão, entretenimento?
se encantam e alegram com sua presença
cala-te, omite sobre o sentimento
Que tens, oh sátiro, eis a sentença...

...que a vida impôs e assim o fez,
hábil guerreiro, palhaço talvez.
Que grita, corre, luta, avança, 
voraz, sensível, impávido, criança...

...que se cala, por não ter com quem dizer.
Mas afinal, quem nota? diga você,  se importa.
Sente... Não foi espada, nem navalha,
molhou o chão, mas não é chuva,
E sim a lágrima antes da última batalha.

Autor: Diógenes Borges