quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Registro

Pensei que fosse mais fácil.
Afinal, já compreendo e sei que o eterno da vida está em outro canto.
Mas aí, ainda está por aqui aquela dor mansa...
Que sente triste que ela se foi.
Ela, que foi Super Tia e a quem pude dizer isso ainda outro dia.

Sei que a vida é assim, e eu mesma disse isso a alguém.
Mas é que vem aquela lembrança do tempo de outrora:
Das Maria-chiquinhas, das tranças que ela fazia com gosto para me enfeitar.
Aí, lembro o meu primeiro bordado e o paninho de crochê.
Acho que eu gostava mais do bordado...

E fica tudo meio misturado aqui no peito...
Como um bordado em retalhos.
Entre nostalgia e saudade... e a certeza de que ela vai ficar bem.
Foram 38 anos e, de repente... parei para ver que estou adulta...
E que preciso escrever...

Para ter certeza que o tempo passa e a dor também.
Para emergir a esperança e o amor que sempre alcança.
Para, de repente, sorrir.
E dizer a mim mesma que tudo está bem.
Que todo fato tem um bem... quando o olhar é de amor.


Prema
13/11/2013